quarta-feira, 30 de setembro de 2015

LOQUACIDADE - O HÁBITO DE FALAR MUITO



Segundo o dicionário informal, Loquacidade tem como significado o hábito de falar muito. Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise, afirma em seus estudos que falar demais está ligado a conflitos mal resolvidos nos primeiros dezoito meses de vida (fase oral da criança), o que levaria a uma fixação oral na vida adulta.
Mas se falar é um forma eloquente de comunicação, porque esse hábito pode deixar você em apuros? Talvez pela forma como você possa estar administrando esse comportamento. Pessoas que falam a todo o momento esquecem-se de observar ou simplesmente ignoram pequenos fatos que estão acontecendo ao seu redor. E por isso podem muitas vezes projetar uma imagem de que não se importam com os sentimentos alheios. Além do mais falar demais aumenta proporcionalmente o risco de cometermos erros.
A comunicação é a chave para o sucesso, pois aquele que possui boa forma de expressão e clareza nas ideias facilmente obterá êxito na vida. Será? Aí está a diferença crucial para determinar bons relacionamentos interpessoais: se comunicar bem é diferente de falar bastante. A pessoa que possui por hábito a compulsão por falar acaba nutrindo pensamentos doentios, pois quem fala demais não pode ouvir nada além de si mesmo, o que fará seu comportamento se tornar egoísta. Falar muito pode estar ligado a uma forma de não viver, de não estar de verdade presente. As palavras possuem um significado que camufladamente escondem um vazio interno.
Além do mais, o hábito de falar demais pode cultivar o que chamamos de maledicência. Vejamos algumas características de pessoas que possuem esse hábito:
- não são leais: falam mal de qualquer pessoa, inclusive daqueles que consideram amigos;
- acham que sempre tem razão: distorcem a realidade e só veem o lado que lhes interessa;
- não possuem escrúpulos: acabam por se tornarem pessoas perigosas porque não se importam se o que estão dizendo é verdade ou não;
- não possuem amigos: fazem alianças em prol dos seus benefícios e ganhos pessoais.
- acabam sendo sádicas: quanto mais doloroso ou humilhante for o que têm para dizer sobre o outro mais prazer sentem ao repetir e compartilhar.
Se você já teve algum comportamento assim, calma, não é o fim do mundo. Esse é um processo que pode ser revertido e a terapia ajuda bastante durante essa caminhada.  Basta termos equilíbrio em tudo o que fizermos, inclusive no falar. Quem fala mais, erra mais. Muitas pessoas cometem erros gravíssimos porque não sabem esperar. Não sabem se calar. Não fazem do silêncio seu fiel amigo e companheiro. Seja mais observador. Não dos outros, mas de si mesmo. O hábito de falar muito pode ser apenas uma forma inconsciente (ou não) de você não querer enfrentar as suas próprias questões.
Falar demais pode fazer com que você se torne uma pessoa egoísta, já que só vai acreditar na sua verdade. Isso pode resultar em um comportamento “reclamão” onde a pessoa fala demais sobre si mesma , não dando espaço nem atenção para as opiniões alheias, resultando em atitudes inconvenientes. Dificilmente uma pessoa falante é capaz de demonstrar empatia pelo outro. O comportamento de falar demais pode ser tão prejudicial a ponto de afastar as pessoas ou até mesmo de perder oportunidades promissoras na carreira de trabalho, como uma promoção por exemplo.
A pessoa inteligente sabe ouvir e consegue perceber as oportunidades através do exercício da observação. Se você ainda não consegue agir dessa maneira, procure ajuda. Se policie. Seja persistente e mantenha o pensamento positivo. Em breve se surpreenderá com suas mudanças. E se mesmo assim a dificuldade persistir, lembre-se do velho ditado: “em boca fechada não entra mosca”!

domingo, 26 de julho de 2015

MENSAGEM NÃO VISUALIZADA: ANGÚSTIA DO COMPORTAMENTO APRENDIDO.




Olá queridos leitores. Tenho recebido em meu consultório vários problemas relacionados com a facilidade de comunicação pelas redes sociais. E recentemente recebi um link de um paciente com um texto que me instigou bastante, devido à clareza da exposição das ideias sobre um tema tão complexo. A autora, Thais Barrinha, que também é psicóloga e estudiosa do comportamento humano, discorre de forma admirável e simples sobre este vasto tema. Compartilho com vocês este texto e espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei.
Observação: o texto foi reproduzido na íntegra. No final encontra-se o link da página onde o mesmo está hospedado.



Mensagem não visualizada: angústia do comportamento aprendido.
A evolução é mesmo um fator intrigante.
Com a comunicação facilitada pela internet, estamos cada vez mais próximos e em maior contato verbal com o outro. Estamos fisicamente mais acessíveis e a espera para se comunicar é menor, o que facilita e pode até mesmo agilizar alguns processos. A espera das cartas e os intervalos de dias na expectativa em ver a pessoa querida, foram substituídas por mensagens instantâneas que acontecem a qualquer hora do dia tornando as pessoas presentes umas nas vidas das outras em qualquer momento, compartilhando emoções.


Mesmo com todas as mudanças na comunicação, há um fator imutável, seja nos flertes dos anos 30 ou nos do Tinder: esperamos o tempo inteiro pela aprovação do outro.
Apesar de toda essa proximidade e facilidade relacional gerada pela internet, existe um lado obscuro que está diretamente ligado a nossa necessidade de sermos aprovados: os meios de se detectar se somos aceitos ultrapassaram a linguagem corporal, um “eu gosto de você” ou uma ação física, sendo substituídos em muitos casos por sinais de confirmação de leitura de uma mensagem.
A necessidade de controle que temos sobre a vida do outro tomou uma proporção que foge da percepção da maioria: a tal confirmação de leitura tem se tornado na vida de muitos a maneira de medir os sentimentos do outro.


 

Mais do que isso, a partir de agora você mede a sua importância na vida do outro a partir da velocidade que sua mensagem é respondida. E se a última visualização aconteceu há poucos minutos mas sua mensagem permanece sem resposta, temos um problema. Mas, se a última entrada aconteceu e mesmo assim sua mensagem não foi visualizada, bom… Temos aí um bom motivo para rompimento!
Como é que foi construído todo esse paradigma em torno dos facilitadores de contato?



Estamos cada dia mais controladores. Procuramos o tempo inteiro controlar nosso mundo exterior e as pessoas que nos cercam por um motivo: controlar a nós mesmos é muitas vezes uma tarefa árdua; já que estamos em nós mesmos fora de nosso controle, nossa estrutura psíquica desvia a atividade do controle para algo mais tátil: os sentimentos do outro. É claro que efetivamente não controlamos os sentimentos e atitudes de ninguém, mas temos como aliado nosso mundo imaginário, que imagina, presume e conclui coisas baseado em dados inventados por nós mesmos, nos colocando no conforto de acreditarmos no que quisermos.



O que era pra ser o facilitador da comunicação, colidindo com nossas questões comportamentais, acaba então por se tornar o dificultador, pois a importância que se dá aos sinais de uso dos aplicativos acabam por sufocar o conteúdo das mensagens trocadas. Um comportamento aprendido, que de tanto ser repetido está sendo cada vez mais incutido no cotidiano das pessoas, tornando-se causa e não efeito (ex.: os aplicativos deveriam ser efeito de uma relação de comunicação, e não causa de um embaraço).
Dias estressantes, cobranças de todos os lados, as relações deveriam ser o lugar onde encontramos reconforto. Permitir que comportamentos aprendidos (que sequer notamos serem danosos) é uma falha facilmente corrigível. Retomar a forma do diálogo, nos apropriarmos de nós mesmos, dizer o que precisa ser dito e desobrigar o outro de você. Desobrigá-lo de passar o dia conectado a você mesmo que a distância, desobriga-lo de achar normal ter sua privacidade invadida e sua individualidade violada por um padrão de comportamento aprendido, desobrigá-lo de demonstrar um afeto imposto mas principalmente, desobriga-lo de atender as suas expectativas (pois elas são suas).



É possível viver a naturalidade das coisas e desejar um “Bom dia” sem que seja isso um termômetro relacional, mas apenas um desejo sincero e incondicional de que o outro esteja bem. Que o fundamento das relações sejam mais baseados na produtividade da presença do outro em nossa vida e não pela angústia de sermos aceitos (ou não) em todo momento por ele.

Referências:

Psiconlinews
Disponível em: <http://www.psiconlinews.com/2015/07/mensagem-nao-visualizada-angustia-do-comportamento-aprendido.html>

Imagens da Internet

domingo, 28 de junho de 2015

ATÉ ONDE VAI O SEU LIMITE?



 
Em nossas vidas, mais cedo ou mais tarde, haverá um tempo em que será preciso abandonar determinadas coisas que antes não abriríamos mão de forma alguma: roupas usadas, caminhos traçados, rotinas que nos escravizam e martirizam. Mas para que a mudança aconteça é preciso enfrentar o grande obstáculo que nos impede de prosseguir: nós mesmos! Sim. Quantas vezes nos impedimos de sermos felizes... Por medo... E culpamos as circunstâncias e as pessoas, sendo que nós mesmos estamos bloqueando o nosso caminho rumo à felicidade. Se não atravessarmos esse orgulho de que sim, em algum momento vamos errar, não poderemos chegar ao outro lado, e ficaremos presos à margem de nós mesmos.

E aí vem algo muito interessante: qual é o seu limite? Será que o seu limite hoje está sendo a sua idade? A cor da sua pele? A sua condição financeira? A sua condição emocional?

Somos imensos diante das nossas limitações, mas nos comportamos como um grão de areia diante da nossa grandiosidade. Somos capazes de nos escondermos atrás de nossos objetivos mais profundos, criando barreiras cada mais difíceis de serem ultrapassadas. Usamos argumentos que consideramos verídicos para justificar algo que nem ao menos tentamos realizar. Isso quando não nos escondemos através de comparações: “Bom, pelo menos fui melhor que fulano”. Ou ainda “Não tem problema, beltrano é pior do que eu”.

Dificilmente iremos assumir que não conseguimos o resultado desejado porque não tivemos coragem de prosseguir, ou porque não tivemos coragem suficiente para testar nossos limites.


Até quando você vai se esconder? Será que você está sendo capaz de superar seus limites? Ou está fadado a aceitar que os outros falem que você não pode? O que você está fazendo por você? Você ainda insiste em se esconder atrás de obstáculos que você mesmo está criando dentro da sua mente? O que está impedindo você de construir o seu próprio caminho, a sua própria estrada? O que falta para você superar essa fase da sua vida? São os espinhos que estão no caminho? E o que impede você de ultrapassar estes espinhos? Será que a culpa é dos filhos que não ajudam? Dos netos que dão trabalho? Do(a) namorado(a) que não liga? Do emprego que nunca chega? Dos parentes que não te visitam?

Pense... O que realmente está impedindo você de avançar e vencer seus limites?

É a consulta que você nunca marca por medo de descobrir alguma coisa errada com você? É a roupa que você nunca compra porque sempre tem algo mais importante pra comprar e no final das contas não era tão importante assim? É a saudade daqueles que se foram e você os culpa por estar sozinho?

Será que você não é capaz de vencer seus limites? Ou está faltando coragem para fazer isso?

Diariamente precisamos vencer várias dificuldades e muitas vezes vamos ter medo. Mas isso é natural. Devemos ter medo de desistir e não ter medo de continuar. Precisamos ir ao encontro daquilo que acreditamos. A maioria das pessoas buscam problemas onde eles não existem. Há aqueles que controlam suas finanças depois de terem perdido tudo, outros valorizam entes queridos só após passarem por momentos traumáticos, outros ainda organizam melhor seu tempo quando a falta de tempo se tornou responsável por prejudicá-los em algo.


Lembre-se que as limitações são muito mais psíquicas do que reais.

Acredite: suas aptidões podem se revelar muito além do que você conhece, por isso teste principalmente os limites de sua capacidade de perseverar! Seu poder de superação está muito além de seus músculos, bens ou recursos financeiros. Sua maior superação acontecerá quando você acreditar que você realmente é capaz.

Já dizia Albert Einstein: A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original.
Se abra para novas conquistas. Supere seus limites. E seja feliz!