sexta-feira, 27 de março de 2015

MÃE DESNECESSÁRIA

Olá leitores queridos!

Como o mês de março é reservado para homenagear a todas as mulheres, não poderia deixar de colocar aqui o meu recadinho. E nada melhor do que este texto super lindo do Dalai Lama, que fala de uma forma clara e objetiva de uma mulher muito especial: a mulher-mãe.
Que você possa se deliciar com este texto assim como eu o fiz. Abraços.

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o
impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque o vício e dependência nos filhos,
como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. 
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso
ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários, criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. 
Ao aprendermos a ser "desnecessários", nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.
"Dê a quem você ama:
Asas para voar...
Raízes para voltar...
Motivos para ficar..."