segunda-feira, 31 de outubro de 2016

QUANDO INSISTIR OU DESISTIR DE UM RELACIONAMENTO?



Olá meus queridos leitores! Estava eu a ler as mensagens do dia das minhas redes sociais quando chega a intrigante pergunta de uma querida amiga: O que faz uma pessoa desistir fácil de seus relacionamentos?


Pensei bastante e isso me incentivou a preparar este material para vocês. Acredito que insistir em uma relação que acabou é viver infeliz por opção. Inúmeras consequências negativas podem surgir quando optamos por manter uma união sem amor, sendo o sentimento de insatisfação o mais frequente. Ou seja: quando o sentimento acaba, a vida a dois pode se tornar um martírio. E assim muitas pessoas permanecem juntas, pois não tem forças para se sustentarem sozinhas emocionalmente. O outro lado da moeda também acontece: que é o relacionamento fugaz. A pessoa que antes era superinteressante se torna chata de uma hora pra outra e isso faz com que você termine e logo queira outra pessoa. E então o relacionamento e promessas de uma vida inteira mal sobrevivem a um final de semana inteiro, um mês, um ano... Te convido então a pensar se você sabe colocar a felicidade em sua vida em primeiro lugar. Responda para si esta pergunta importante: O que você valoriza na vida? Conseguiu uma resposta? Ficou em dúvida? E se após a leitura deste material as dúvidas insistirem em te rodear, procure ajuda profissional. Reconhecer as nossas emoções e saber lidar com elas sempre será uma alternativa saudável!



Aprofundando mais sobre este assunto compartilho agora com vocês a entrevista de Sérgio Savian, psicanalista e terapeuta corporal, cedida para o Portal UOL Mulher

Fonte: http://www.sergiosavian.com.br/relacionamentoamoroso/quando-insistir-ou-desistir-de-um-relacionamento/


QUANDO INSISTIR OU DESISTIR DE UM RELACIONAMENTO?

Por que pode ser tão difícil enxergar se uma relação vale a pena ou não de levar adiante?

Quando conhecemos alguém e o elegemos como “o ser amado”, passamos a nos relacionar não só com ele, de carne e osso, mas também com uma imagem que criamos dele dentro de nós. Esta imagem mistura características do que ele realmente é e daquilo que precisamos que ele seja. Esta imagem se alimenta da presença física dele, mas tem como base nossas carências infantis. Quando o “amado real” se distancia da imagem e da expectativa  que criamos dele, sofremos e ficamos confusos. Não sabemos mais se vale a pena ou não continuar com a relação, o que nos traz muita angústia.




Diante da dúvida entre insistir e desistir de um relacionamento amoroso, o que deve ser considerado?

O que devemos levar em conta é a quantidade de sofrimento que a relação está nos causando. Pode ser que o amado esteja contribuindo bastante para isso, na medida em que ele não é claro, não se compromete, não é o que você espera ou lhe trata mal. Mas também existe a possibilidade de ser você mesmo o agente da própria perturbação. Para entender o que está acontecendo, vale a pena passar por um bom trabalho de autoconhecimento, por uma análise, que vai lhe ajudar a ter mais discernimento e, a partir daí encaminhar sua vida da melhor maneira.




Para valer a pena insistir, o que a relação precisa apresentar? Só ter amor é suficiente? E quando é o momento de desistir?

Se a situação está difícil, complicada, só vale a pena continuar se houver a possibilidade de mudanças internas ou externas, quer sejam de atitudes ou de ponto de vista. A maneira com que amamos obedece a padrões que adquirimos em nossa infância, a partir das relações com nossa família original. Estes padrões podem estar contaminados de muita neurose e por isso podem não ser confiáveis. Continuar ou desistir da relação tem a ver com a capacidade de conviver e administrar conflitos, e isto é uma característica de cada indivíduo.




Quais perguntas a pessoa precisa se fazer para chegar a essa conclusão?


Pergunte-se:

  • Qual a minha responsabilidade, a minha participação nessa história toda?
  • Será que eu não venho repetindo o mesmo padrão nas minhas relações no decorrer da vida?
  • Quais são as minhas expectativas para esta relação?
  • Estas expectativas são viáveis? Podem ser realizadas?
  • Será que eu idealizei o outro e a relação de uma forma irreal?
  • Será que eu quero conviver intimamente com uma pessoa tão diferente daquilo que eu espero dela?
  • Será que ela tem condições de mudar?
  • Será que esta relação tem capacidade de mudar?
  • Estou eu e o outro empenhados em obter mais clareza de si e da relação?
  • Estamos conversando o suficiente sobre nós mesmos e nossas expectativas?
  • Temos capacidade de negociar a relação?
  • Conseguimos nos colocar na pele do outro ou tudo deve ser conforme a vontade de um dos dois?



Como reconhecer se um obstáculo é desafio – e pode ser vencido – e quando sinaliza que é hora de parar e recomeçar em outra direção?

A partir das perguntas acima você tem um bom diagnóstico sobre a possibilidade de ir ou não para frente com a relação. As relações só podem ter boa qualidade se ambos os parceiros se propuserem a olhar para si mesmo, reconhecer o que realmente desejam e além disso, saibam expressar com clareza para o outro o que pretendem. Sem isto, a tendência é viver ao meio de muita confusão.




Entre o insistir e o desistir há alguma outra possibilidade no meio?

Sim. A possibilidade é negociar. Para tanto é preciso que cada um dos dois saiba de si, se suas verdadeiras intenções e consiga praticar o “não positivo”, um não que pontua o que é bom ou não para si, que estabelece um contrato viável, bom para ambos os parceiros, que não penda somente para um dos lados.


E qual a orientação para a pessoa não encarar a desistência como uma derrota ou incapacidade? Há o lado bom em desistir?


Há um lado bom em desistir. Depois de se questionar muito, e isto significa que você não coloca a culpa somente no outro, depois de ter bastante paciência com o próprio processo de amadurecimento, com outro e com a relação, depois disso tudo, se você constata que nada vai mudar e que você está infeliz, desistir é uma questão de autoestima. Você pode se sentir bastante aliviado, de bem consigo mesmo. Mesmo assim, a desistência implicará em um luto da relação, da perda; afinal de contas, você terá de abrir mão de seus sonhos e isso sempre doi.



* Sergio Savian é psicoterapeuta especializado em relacionamentos. Saiba mais sobre seu trabalho no site www.sergiosavian.com.br
* Imagens retiradas da Internet