Olá meus queridos leitores!
Estava eu a ler as mensagens do dia das minhas redes sociais quando chega a
intrigante pergunta de uma querida amiga: O que faz uma pessoa desistir fácil
de seus relacionamentos?
Pensei bastante e isso me
incentivou a preparar este material para vocês. Acredito que insistir em uma relação
que acabou é viver infeliz por opção. Inúmeras consequências negativas podem
surgir quando optamos por manter uma união sem amor, sendo o sentimento de insatisfação
o mais frequente. Ou seja: quando o sentimento acaba, a vida a dois pode se
tornar um martírio. E assim muitas pessoas permanecem juntas, pois não tem
forças para se sustentarem sozinhas emocionalmente. O outro lado da moeda
também acontece: que é o relacionamento fugaz. A pessoa que antes era superinteressante
se torna chata de uma hora pra outra e isso faz com que você termine e logo
queira outra pessoa. E então o relacionamento e promessas de uma vida inteira
mal sobrevivem a um final de semana inteiro, um mês, um ano... Te convido então
a pensar se você sabe colocar a felicidade em sua vida em primeiro lugar.
Responda para si esta pergunta importante: O que você valoriza na vida? Conseguiu
uma resposta? Ficou em dúvida? E se após a leitura deste material as dúvidas insistirem em te rodear, procure ajuda profissional. Reconhecer as nossas emoções e saber lidar com elas sempre será uma alternativa saudável!
Aprofundando mais sobre este
assunto compartilho agora com vocês a entrevista de Sérgio Savian, psicanalista
e terapeuta corporal, cedida para o Portal UOL Mulher
Fonte: http://www.sergiosavian.com.br/relacionamentoamoroso/quando-insistir-ou-desistir-de-um-relacionamento/
QUANDO INSISTIR OU DESISTIR DE UM RELACIONAMENTO?
Por que
pode ser tão difícil enxergar se uma relação vale a pena ou não de levar
adiante?
Quando conhecemos alguém e o elegemos como “o ser
amado”, passamos a nos relacionar não só com ele, de carne e osso, mas também
com uma imagem que criamos dele dentro de nós. Esta imagem mistura
características do que ele realmente é e daquilo que precisamos que ele seja.
Esta imagem se alimenta da presença física dele, mas tem como base nossas
carências infantis. Quando o “amado real” se distancia da imagem e da
expectativa que criamos dele, sofremos e ficamos confusos. Não sabemos
mais se vale a pena ou não continuar com a relação, o que nos traz muita
angústia.
Diante
da dúvida entre insistir e desistir de um relacionamento amoroso, o que deve
ser considerado?
O que devemos levar em conta é a quantidade de
sofrimento que a relação está nos causando. Pode ser que o amado esteja
contribuindo bastante para isso, na medida em que ele não é claro, não se
compromete, não é o que você espera ou lhe trata mal. Mas também existe a
possibilidade de ser você mesmo o agente da própria perturbação. Para entender
o que está acontecendo, vale a pena passar por um bom trabalho de
autoconhecimento, por uma análise, que vai lhe ajudar a ter mais discernimento
e, a partir daí encaminhar sua vida da melhor maneira.
Para
valer a pena insistir, o que a relação precisa apresentar? Só ter amor é
suficiente? E quando é o momento de desistir?
Se a situação está difícil, complicada, só vale a
pena continuar se houver a possibilidade de mudanças internas ou externas, quer
sejam de atitudes ou de ponto de vista. A maneira com que amamos obedece a
padrões que adquirimos em nossa infância, a partir das relações com nossa
família original. Estes padrões podem estar contaminados de muita neurose e por
isso podem não ser confiáveis. Continuar ou desistir da relação tem a ver com a
capacidade de conviver e administrar conflitos, e isto é uma característica de
cada indivíduo.
Quais
perguntas a pessoa precisa se fazer para chegar a essa conclusão?
Pergunte-se:
- Qual a minha responsabilidade, a minha participação nessa história toda?
- Será que eu não venho repetindo o mesmo padrão nas minhas relações no decorrer da vida?
- Quais são as minhas expectativas para esta relação?
- Estas expectativas são viáveis? Podem ser realizadas?
- Será que eu idealizei o outro e a relação de uma forma irreal?
- Será que eu quero conviver intimamente com uma pessoa tão diferente daquilo que eu espero dela?
- Será que ela tem condições de mudar?
- Será que esta relação tem capacidade de mudar?
- Estou eu e o outro empenhados em obter mais clareza de si e da relação?
- Estamos conversando o suficiente sobre nós mesmos e nossas expectativas?
- Temos capacidade de negociar a relação?
- Conseguimos nos colocar na pele do outro ou tudo deve ser conforme a vontade de um dos dois?
Como
reconhecer se um obstáculo é desafio – e pode ser vencido – e quando sinaliza
que é hora de parar e recomeçar em outra direção?
A partir das perguntas acima você tem um bom
diagnóstico sobre a possibilidade de ir ou não para frente com a relação. As
relações só podem ter boa qualidade se ambos os parceiros se propuserem a olhar
para si mesmo, reconhecer o que realmente desejam e além disso, saibam
expressar com clareza para o outro o que pretendem. Sem isto, a tendência é
viver ao meio de muita confusão.
Entre o
insistir e o desistir há alguma outra possibilidade no meio?
Sim. A possibilidade é negociar. Para tanto é
preciso que cada um dos dois saiba de si, se suas verdadeiras intenções e
consiga praticar o “não positivo”, um não que pontua o que é bom ou não para
si, que estabelece um contrato viável, bom para ambos os parceiros, que não
penda somente para um dos lados.
E qual
a orientação para a pessoa não encarar a desistência como uma derrota ou
incapacidade? Há o lado bom em desistir?
Há um lado bom em desistir. Depois de se questionar muito, e isto significa que você não coloca a culpa somente no outro, depois de ter bastante paciência com o próprio processo de amadurecimento, com outro e com a relação, depois disso tudo, se você constata que nada vai mudar e que você está infeliz, desistir é uma questão de autoestima. Você pode se sentir bastante aliviado, de bem consigo mesmo. Mesmo assim, a desistência implicará em um luto da relação, da perda; afinal de contas, você terá de abrir mão de seus sonhos e isso sempre doi.
* Sergio Savian é psicoterapeuta especializado
em relacionamentos. Saiba mais sobre seu trabalho no site
www.sergiosavian.com.br
* Imagens retiradas da Internet
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