domingo, 7 de julho de 2013

DEPRESSÃO - O MAL DO SÉCULO



Depressão é um termo que vem do latim de (baixar) e premere (pressionar), isto é, deprimere, que literalmente significa “pressão baixa”. Traduzindo para a nossa psique, significa desmotivação no sentido profundo da palavra, tristeza aguda e quase insuportável.
Muitas pessoas usam a palavra “depressão” para explicar situações normais de tristeza, tais como lutas, perdas, derrotas, decepções... Mas depressão vai além disso. A depressão é diferente da tristeza normal ou de uma simples desmotivação, pois interfere no seu cotidiano: perda da capacidade de trabalhar, estudar, comer, dormir e divertir-se. Os sentimentos de desamparo, desesperança e inutilidade são intensos, com pouco ou nenhum alívio. Apesar de ser considerada como o mal do século, a depressão já existia a tempos remotos, só que como a ciência ainda não havia estudado profundamente o termo, era considerada uma tristeza profunda ou até mesmo “frescura”.
Pesquisas revelam que cerca de 20% da população mundial tem um ou mais episódios de depressão grave durante a vida, e cresce cada vez mais. Estima-se que a depressão ocupará o segundo lugar entre as causas de doenças de incapacidade no mundo no ano de 2020. As mulheres são as principais afetadas pela doença, e segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) a depressão ocupa o quarto lugar entre as dez principais causas de morbidade mundial.

Em que a depressão difere da tristeza normal?

Enquanto a maioria de nós vivencia momentos tristes, onde normalmente estes sentimentos passam rapidamente, a pessoa depressiva tem experiências de extrema tristeza ou desespero, que dura pelo menos duas ou mais semanas. O sentimento de culpa é total e na maioria das vezes a opressão e a exaustão tomam conta da pessoa depressiva, deixando-a incapaz de participar ou realizar certas atividades cotidianas.  Pode ocorrer um desinteresse por assuntos relacionados a família e amigos, e até mesmo pensamentos de não importância à própria vida, ocasionando em pensamentos suicidas.
A pessoa deprimida deixa de acreditar que consegue dar a volta por cima e por consequência deixa de fazer planos para o futuro, assim, as ideias suicidas ficam cada vez mais interessantes.

Depressão e suicídio
A depressão pode ser um elevado fator de risco para o suicídio. Com o desespero e a desesperança intensos, a pessoa sente que colocar um término à vida pode ser a única maneira de escapar da dor.
Pensamentos de morte ou suicídio são um sintoma grave de depressão, por isso qualquer conversa ou comportamento que dê indícios dessa possibilidade deverá ser levado a sério, pois normalmente não é apenas um sinal de alerta que a pessoa está a transmitir: é um grito de socorro!


Alguns sinais de alerta para o suicídio:

  • Falar em morrer ou prejudicar-se a si mesmo;
  • Expressar sentimentos fortes de desespero ou de se sentir encurralado;
  • Preocupação incomum com a morte ou em morrer;
  • Querer telefonar ou visitar algumas pessoas para dizer adeus;
  • Comportar-se de forma imprudente, como se tivesse um desejo de morte (Ex.: excesso de velocidade, passar no sinal vermelho).


Importante: se você acha que um amigo ou algum membro da família está pensando em suicídio, manifeste sua preocupação e procure ajuda profissional imediatamente. Falar abertamente sobre pensamentos suicidas e sentimentos pode salvar uma vida.


Diferenças entre Depressão, Tristeza e Estresse


Depressão

  • É uma doença com vários graus de complexidade, que precisa ser tratada com profissionais especializados;
  • Tem sintomas constantes e diferenciados;
  • Provoca dificuldade para desenvolver tarefas rotineiras;
  • É difícil identificar o motivo do desanimo e da tristeza.


Tristeza

  • Não é uma doença e tende a desaparecer espontaneamente, com o passar do tempo;
  • É um estado emocional transitório;
  • Não interfere na rotina da pessoa;
  • Tem causas facilmente identificadas, como uma desilusão amorosa ou a perda de um ente querido.


Estresse

  • Pode levar à depressão, se prolongado;
  • Pode aumentar com pressões diárias, como excesso de trabalho, problemas familiares e problemas financeiros.

Importante:
A memória da pessoa depressiva é sempre afetada por lembranças extremamente negativas, de problemas não resolvidos, de “mancadas”; o que faz com que os eventos positivos acabem no esquecimento.


Sinais e sintomas da depressão

A depressão varia de pessoa para pessoa, mas há alguns sinais e sintomas que são comuns. É importante lembrar que esses sintomas podem ser parte de algumas dificuldades normais da vida. Mas quanto mais sintomas você tem, mais fortes eles ficam e mais tempo eles duram. Quando estes sintomas são esmagadores e incapacitantes, é quando precisa procurar ajuda.

Sinais e sintomas comuns da depressão:



Sentimentos de desamparo de desesperança: pensamentos de que nunca mais nada irá ficar melhor e que independentemente dos seus esforços, não há nada que você possa fazer para melhorar sua  situação.

Perda de interesse nas atividades diárias: falta de interesse nos passatempos anteriores, lazer, atividades sociais ou sexo. Você perde a capacidade de sentir alegria e prazer na vida.

Alterações no apetite ou no peso: significativa perda ou ganho de peso com uma alteração em mais de 5% do peso corporal em um mês.

Alterações do sono: ou insônia, especialmente acordar nas primeiras horas da manhã, ou dormir demais (hipersonia).

Irritabilidade ou inquietação: sentir-se agitado, inquieto. O seu nível de tolerância à frustração é baixo, tudo e todos lhe provocam os nervos.

Perda de energia: sente-se cansado, lento e fisicamente esgotado. Todo o seu corpo pode sentir-se pesado e até mesmo pequenas tarefas são difíceis de realizar ou demoram mais tempo para serem concluídas.

Auto aversão: fortes sentimentos de inutilidade ou culpa. Você critica duramente a si mesmo por falhas percebidas e erros.

Problemas de concentração: dificuldade para se concentrar, tomar decisões ou lembrar coisas.

Dores inexplicáveis: um aumento do número de queixas físicas, como dores de cabeça, dores nas costas, dores musculares e dor de estômago.


Causas e fatores de risco para a depressão

  • Solidão;
  • Falta de apoio social;
  • Recentes experiências de vida estressantes;
  • História familiar de depressão;
  • Problemas de relacionamento ou conjugal;
  •  Tensão financeira;
  •  Trauma ou abuso na infância;
  • Uso de álcool ou drogas;
  • Situação de desemprego ou subemprego;
  • Problemas de saúde ou de dor crônica.

Sintomas da depressão específicos em adultos

  • Sentimentos de tristeza, vazio ou aborrecimento;
  • Sensações de irritabilidade, tensão ou agitação;
  • Sensações de insegurança e medos, preocupação com tudo, receios infundados;
  • Diminuição da energia, fadiga e lentidão;
  • Perda de interesse e prazer nas atividades diárias;
  • Perturbação do apetite, sono, desejo sexual e variações significativas do peso;
  • Pessimismo e perda de esperança;
  • Sentimento de culpa, de autodesvalorização que podem atingir uma dimensão delirante;
  • Alterações da concentração, memória e raciocínio;
  • Sintomas físicos não devidos a outras doenças (ex.: dores de cabeça, perturbações digestivas, dor crônica, mal estar geral);
  • Ideias de morte e tentativas de suicídio.


Sintomas da depressão específicos em crianças

  • Agitação, inibição psicomotora (03 a 06 anos);
  • Irritabilidade, insegurança, sentimento de culpa, comportamento arredio, problemas de aprendizagem (07 a 10 anos);
  • Sentimentos de inferioridade, abatimento, introspecção, impulsos suicidas (11 a 14 anos);
  • Choro sem razão aparente, alteração do sono, falta de apetite;
  • Terror noturno (pesadelos), insônia, manipulação genital, dores abdominais;
  • Cefaleia (dor de cabeça).

Medicação X Depressão 

A medicação pode ajudar a aliviar os sintomas da depressão em algumas pessoas, mas ela não tem uma cura em si mesmo. O medicamento antidepressivo ajuda a provocar mudanças nos sentimentos, muda a sua visão negativa. Por isso o tratamento da depressão inclui, na maioria das vezes, alguma forma de terapia psicológica. Na terapia é ensinado aos pacientes técnicas práticas sobre como reformular o pensamento negativo, trabalhando na raiz da depressão, ajudando-o a compreender o porquê de tais pensamentos e o que você pode fazer para permanecer com o seu humor mais estável e emocionalmente mais equilibrado. Portanto, é importante aproveitar o efeito benéfico que os antidepressivos proporcionam, mas lembrando sempre que eles não eliminam totalmente a depressão. O medicamento suspende a depressão enquanto a pessoa está medicada e se essa fase não for aproveitada para mudar sua cabeça com uma terapia, ao cessar a medicação a depressão tem grandes chances de voltar.

Ansiedade X Depressão


A ansiedade anda de mãos dadas com a depressão. A ansiedade acontece quando sua mente procura o que está errado. A ansiedade é uma forma de defesa. Quando a ansiedade é muito forte, ela te paralisa, é improdutiva. (ex.:você não anda de carro porque tem medo de sofrer um acidente, não procura emprego porque acha que não vão te contratar, não dá sua opinião porque acha que vão considerar uma bobagem, entre outros). Ou seja, você está deixando de fazer coisas por medo, ou está reagindo exageradamente, ou preocupado por coisas que não estão acontecendo – você está sofrendo de ansiedade, o que pode acarretar em uma depressão.

Antídotos para Depressão

  • Mesmo que você tenha fracassado em uma atividade específica se permita enxergar que você vive muito bem sem isso.
  • Jogue a dor do fracasso na lata do lixo. Remoer suas falhas só fará você se deprimir.
  • Garanta um lugar de destaque em suas memórias para coisas boas a seu próprio respeito. Valorize-se.
  • Se dê o direito de ser esperançoso. A esperança é totalmente contaminada por nossos desejos.


Psicoterapia para depressão
A terapia muda o padrão de pensamento depressivo, pensamentos de fracasso, derrota, perda, desamparo. Ensina resolução de problemas, pois quando a pessoa está deprimida não consegue ver a solução que muitas vezes está bem a sua frente.
A terapia corrige quatro grupos principais: pensamento, sentimento, comportamento e condição física.
Caso você não consiga transformar sua cabeça sozinho, conte com um psicoterapeuta para lhe dar uma força, pois a chave para recuperação de uma depressão é procurar ajuda!
Para sair da depressão ou de qualquer situação insatisfatória que se vive é QUERER! Querer de coração, com todo o seu ser, querer com todo o amor que você possui. Sentir que é possível, mesmo que você se sinta neste momento dentro de um túnel escuro, numa curva onde não esteja vendo a saída e nem tenha certeza que está indo na direção certa; não faz mal, o que importa é alimentar seu querer com a FÉ e a certeza que existe uma saída, porque DEPRESSÃO TEM CURA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!