“Em
todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre
vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e
educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer
desenvolver-se e tornar-se completa.” Carl Gustav Jung
Você
já deve ter ouvido falar que todos nós temos uma criança interior. Mas e daí?
Porque ela é tão importante para nós? Simples: manter a nossa criança interior
ativa e saudável é sinônimo de bem estar emocional e de autoestima equilibrada.
Infelizmente,
é na infância que nós tivemos nossas maiores feridas emocionais. E se essas
feridas não forem curadas, podem manter a nossa criança interior constantemente
machucada. Nela estão presentes as lembranças boas, as ruins, os traumas, como
também lembranças alegres, que posteriormente utilizamos como imagens para
transcender emocionalmente. Muitas vezes a nossa criança interior precisa apenas
de amor e aceitação.
De
acordo com Rosemeire Zago, psicóloga e analista junguiana, é muito importante
entrar em contato com a criança interior, pois é através desse contato que
começamos a vivenciar o processo de individuação, ou seja, nosso crescimento. É
a descoberta de nós mesmos. É preciso amar primeiro nossa criança, para depois
amarmos outras pessoas e recebermos amor. Do contrário, sempre escolheremos,
inconscientemente, relacionamentos doentes e destrutivos, recriando padrões da
infância. Possuímos uma única arma contra dificuldades internas: a descoberta
emocional da verdade sobre a história de nossa infância, que muitas vezes
inclui abusos e muito sofrimento em silêncio.
Os
adultos que têm a sua criança interior saudável não se reprimem quando querem
fazer algo que não é “próprio de adultos”, como por exemplo comer um algodão
doce a caminho do trabalho, sem se importar com o que as pessoas vão falar. Todos
nós humanos temos a necessidade de voltarmos a ser crianças de vez em quando, e
não há nada de errado nisso. Não é imaturidade, só deixaremos que a nossa
criança interior se divirta.
Aquele
que teve uma infância perfeita que atire a primeira pedra. Sabemos que ninguém,
em sã consciência, teve uma infância perfeita. Por isso manter o contato com a
nossa criança interior faz com que aprendamos a lidar com frustrações na nossa
vida adulta, que não compreendíamos quando éramos crianças, por sermos muitas
vezes feridos emocionalmente e não sabermos o que fazer com isso na fase
infantil de nossas vidas.
Como
fazer para curar a sua criança interior:
- Em um ambiente tranquilo, feche seus olhos e respire profundamente algumas vezes. Lembre-se sua infância, tente recordar da sua primeira lembrança, o mais criança possível. Lembre-se do seu quarto, de todos os móveis. Agora pense em você adulto entrando naquele quarto e encontrando você criança. Como seria essa conversa? Qual a sensação? Você adulto hoje pode cuidar de você criança?
- Faça perguntas para essa criança. Do que ela gosta. Do que ela não gosta. Veja se você vive de acordo com as vontades dessa criança. Você criança se orgulharia de você adulto?
- Lembre-se do que você gostava de brincar. Como você passava o seu tempo?
- Não tenha vergonha de brincar, pular ou dançar. As crianças são livres e deveríamos ser também. Isso é saudável. Não se reprima.
- Fale mais sozinho. As crianças falam com seus bichos de pelúcia e bonecos, elas dão vida a tudo. Experimente desabafar com um brinquedo. Vale até o travesseiro. Converse também com a sua criança interior como se ela fosse uma pessoa ao seu lado, seja carinhoso, amoroso.
Segundo
Osho, somente quem vive por meio do coração, brinca e se permite cantar,
consegue absorver o mistério daquilo que não se explica, mas também é relevante
para a alma. Tente, não tenha medo. Com certeza, você se tornará mais vivo,
mais feliz e terá a oportunidade de
saborear o que a vida realmente é.
Sempre
é tempo de reencontrar sua criança interior e colorir a sua vida. Que nós nunca
deixemos nossa criança interior morrer!
* todas as imagens retiradas da internet